Brincadeiras Antigas
Quem não gosta de brincar? Com certeza, não somente as crianças, pois se divertir é uma atividade espontânea e gratificante, trazendo grande bem-estar físico e mental para todos, não importando a faixa etária.
No mundo, onde o stress vem atingindo todas as áreas da vida, brincar significa muito mais do que só se distrair um pouco. Envolver-se com algo diferente, alegre e prazeroso tem se tornado uma necessidade. No entanto, analisando o tipo de atividades hoje, vê-se que brincar está muito ligado à tecnologia pois as crianças se distraem usando seus celulares, tablets, computadores e vídeo-games. Esses dispositivos não implicam em exercício físico saudável onde elas correm, pulam, pegam sol, sobem em árvores, etc. Tampouco fazem isso na companhia de outras crianças aprendendo a se comunicar e socializar.
No mundo virtual, não é preciso levantar do lugar, nem estar com outra pessoa. A concentração está focada unicamente em apertar botões enquanto se olha uma tela com imagens artificiais, sem interação humana. Por isso, tem sido muito interessante voltar às brincadeiras antigas. Aquelas que não dependem de nada pronto, muito pelo contrário. Com pouco material e muita criatividade, engenhosidade, concentração e interação pessoal é possível exercitar diferentes aptidões cerebrais.
As brincadeiras antigas desenvolvem habilidades importantes no aprendizado da escrita, da leitura, das ciências e da matemática. Também oferecem inúmeras oportunidades de compreender os outros, negociar, se comunicar e aprender a lidar com frustrações e perdas. Brincar é educativo e terapêutico, ao mesmo tempo em que encoraja as crianças a resolver problemas.
Algumas brincadeiras antigas
- Pular corda: material necessário: uma corda longa. Essa brincadeira é feita em um salão espaçoso ou ao ar livre. As crianças cantam uma música e seguem o que a letra diz. Há várias canções e elas podem ser apenas faladas. Uma delas é: “Senhoras e senhores, abram essa porta” (entram pulando); “Senhoras e senhores ponham a mão no chão” (tocam a mão no chão enquanto pulam); “Senhoras e senhores pulem num pé só” (pulam só com um pé); “Senhoras e senhores deem uma volta e vão para o olho da rua” (sai pelo outro lado sem encostar na corda)!
- Bobinho: material necessário: uma bola e no mínimo três pessoas. Todos formam um círculo. Um será escolhido como o bobinho e ficará no meio tentando tirar a bola dos outros enquanto eles a jogam entre si. Aquele que jogar a bola e for pego pelo bobinho, tomará o lugar dele.
- Batatinha frita: uma criança fica de costas e será a “batatinha” enquanto as demais tomam uma distância escolhida. Quando ela disser: “Batatinha frita um, dois, três” as outras tentam se aproximar e tocar na “batatinha”. Mas ao terminar de dizer a frase e se virar para ver as outras crianças, elas precisam ficar paralisadas. Se alguma ainda estiver se mexendo, sai fora da brincadeira. Aquela que conseguir tocar na “batatinha” antes que ela se vire ganha a brincadeira e se torna a próxima batatinha.
- Pião: é um brinquedo que pode ser feito em casa. Para construir, basta fazer um círculo em um papelão ou papel mais grosso usando um copo de cabeça para baixo. Contorne com um lápis. Recorte o círculo e fazer um buraco bem no meio para encaixar um lápis. Depois é só girar o lápis. O pião roda maravilhosamente. Cada criança pode fazer um com esse material simples e colorir colocando seu nome. Podem fazer uma competição e ver qual pião fica mais tempo girando.
- O gato do vizinho: para brincar em grupo. Um começa dizendo “O gato do vizinho é ativo” (ou qualquer adjetivo começando com a letra “A”). Depois, o próximo repete a frase “O gato do vizinho é “bonito” (ou outra coisa começando com a letra “B”). O terceiro dirá que o gato é “carinhoso” ou algo que comece com a letra “C” e assim por diante seguindo o abecedário. Quem não conseguir dizer uma palavra com a letra da sua vez sai fora até a próxima rodada. Devem pular as letras K, Y e W. Vence quem ficar por último.
- Amarelinha: é uma brincadeira para ser feita na calçada ou na terra, onde será riscado com um galho ou pedra. Precisa um giz para riscar o chão e uma pedrinha, chapinha ou assemelhado para cada participante. A ordem de cada jogador é feita por sorteio. O primeiro a começar fica em frente da casa número 1 e joga a pedrinha nessa casa. Então pula com um pé só na casa número 2, depois do mesmo modo, na casa número 3; após, pula com os dois pés, colocando o esquerdo na casa 4 e com o direito na casa 5 ao mesmo tempo. Quando tiverem casas lado a lado pula-se sempre desse modo (com um pé numa casa e o outro pé na casa ao lado). Nunca se pode pisar na casa onde está a pedrinha. Continua pulando até o céu e depois volta pulando até a casa anterior onde está a pedra. Abaixa-se, pega a pedrinha e pula na casa onde ela estava, e então pula fora da Amarelinha. Se não errou nada, continua o jogo, só que agora joga a pedrinha na casa 2, repetindo tudo. Se perder o equilíbrio, pisando com os dois pés na mesma casa ou pisando na linha desenhada, passa a vez para o próximo jogador. Quando voltar a sua vez, continue de onde parou. Quando tiver passado por todas as casas e chegar finalmente ao “Céu” põe os dois pés, fica de costas, joga a pedrinha para trás. A casa onde a pedrinha cair pertencerá a ele e escreverá com o giz o seu nome nela. Os demais jogadores não poderão pisar nas casas com o nome de outros, mas tem o direito de colocar os dois pés na casa com seu próprio nome.
Quando todos os espaços tiverem donos, ganha quem tem o maior número de casas.
Perderá a vez o jogador que:
1)Jogar a pedrinha e ela não cair no espaço desejado. 2) Pisar nas linhas. 3) Pisar em alguma casa dos outros parceiros. 4) Não apanhar a pedrinha na volta.
Brincadeiras de corrida
- Para trás: escolhe-se local de partida e outro de chegada. Os participantes devem andar de costas em direção à linha de chegada. Não podem se virar para ver onde estão indo.
- Corrida do urso: os jogadores ficam de quatro pés e não podem tocar os joelhos no chão durante toda a corrida.
- Corrida da formiga: os concorrentes andam colocando um pé na frente do outro com ambos se tocando. Se alguém deixar um espaço entre os dois pés será eliminado. Exige coordenação e rapidez.
- Corrida de um pé só: cada jogador segura um dos pés e pula com o outro do início ao fim.
- Carrinho de mão vivo: é feito em duplas. Um fica à frente com as mãos no chão, que serão as “rodas” do carrinho. O outro segura os tornozelos do primeiro, como se fossem as “alças” do carrinho.
- Corrida de sacos: cada participante entre num saco de estopa ou assemelhado e corre pulando até a chegada.
É fundamental que os pais e responsáveis pelas crianças lhes propiciem brincadeiras à moda antiga para que elas desfrutem e tenham um desenvolvimento saudável e pleno em todos os aspectos.
Veja também: